domingo, 31 de agosto de 2008

A Avenida das Minhas Lembranças I



No tempo em que Nilópolis era pouco habitada, as terras deste município ,até então apenas distrito de Nova Iguaçu, eram tão baratas que famílias compravam terrenos de 50 metros ,o que pra uma cidade de apenas 21 quilômetros quadrado dos quais 12Km² são ocupados pelo exército ,não é pouca coisa ter 50m de terra dentre os 9 Km² restante dividido entre tantas construções. Enfim, nesta época Cabuis recebeu novos moradores , que acharam 50m muita coisa e desmembraram em duas metades. Esse é o foco aqui, as divisões... Lembro de quando só haviam duas casas ( a minha e a da Miriam).


Chegamos primeiro, e quando completei 5 anos de idade, chegou aqui nesses 50m a família da Miriam (este seria o inicio de uma amizade longa), me espantei, a família era enorme, no mínimo 13 pessoas. Me faziam correr deles no início, sempre tive medo de gente. Mas me acostumei e gostei dos novos rostos; essa família que veio pra cá, começou a fazer construções e hoje tem quatro casas e um muro enoooorme que separa A de B, porém, todos foram embora a mais ou menos 4 anos. A Miriam casou ( fui sua madrinha =]), e quase todos se casaram ou tiveram seus filhos. O Chefe da família , faleceu longe daqui( chorei feito criança). Sabe aquela pessoa que te conta histórias, que faz brincadeiras com as crianças, que brinca de “benti com bentio fragio”? Pois é, perdemos o nosso amigo adulto. Hoje só resta o meu amigo Pedro que irá se casar em Outubro ( serei sua madrinha), mas graças a Deus ele e a Ellem vão ficar por aqui.


Nossa avenida, construída sem pretensão de ser ou parecer uma vila, está sombria, vazia. Sinto saudade até das brigas, sinto saudades das arvores que foram arrancadas pra ceder lugar ao concreto, sinto falta de todas as crianças ( até mesmo das que não moravam aqui, mas vinham brincar no nosso espaço), sinto falta das brincadeiras de cabra-cega, pique-esconde ; as vezes me lembro de algumas situações e morro de rir. Teve uma que estávamos brincando de pique esconde, e não sei como couberam 5 crianças no estoque de uma barraca de pipoca, o fato foi que : Estava escuro, a gente não sabia quem estava lá dentro e uma bendita bunda soltou um futum, mais parecia ter jogado merda em pó, meus olhos ardiiiiiam, foi o que fez todo mundo sair desesperadamente do ambiente e acabarem sendo pegos pelo “caçador” da vez...rs
Enfim, vivo em uma avenida sem pessoas, mas com muita história e recordações boas. Acho que vou escrever mais sobre as histórias de quem já foi inocênte...rs
Saudades só se tem do que a gente julgou ser vivido bem! ;)

Um comentário:

Nica disse...

Puxa, obrigadão pelo incentivo!:D

Eu queria tanto ter tido uma infância assim "de bairro". Até hoje, nunca consegui conhecer ninguém nos bairros onde morei. Quando era criança, morava em apartamento e nem brincava com as outras crianças do prédio. Tinha vegônha.
Ów, céus. que vida mais cheia de amargura. hahahahahahaha