domingo, 28 de setembro de 2008

Sósia

Mas que desagradável mania tem a humanidade de se tornar subtamente parecida com o amor da gente:
Todos roubam a cara e os particulares sinais do amor que a gente espera, do amor que a gente erra. De tanto confundí-lo de longe na rua vou amando a poesia desse equívoco como quem menstrua em lugar de filhos.
A saudade arma um circo onde palhaços e garis têm cara do com quem eu seria feliz. Diante do meu nariz, vou jurando que é ele. Cada rosto, cada passo, cada traço vou jurando que é dele e me engano nas ruas bebendo nesse diapasão de uma perigosa e destilada bebida que se toma de ilusão.
(Elisa Lucinda)
Que coisa não? Então, lembrei de um texto que a cantora Ana Carolina leu em um dos shows que fez, o texto era da Elisa Lucinda ( atriz, escritora , jornalista e outras coisitas), não foi esse texto "Sósia", mas aqui quero postar esse, mais adiante postarei o texto "da Ana".

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

ELA...


Lá estava ela, outra vez no escuro, com aquele cabelo de guerra, um olhar que me seguia a cada passo que dava e o sorriso zombeteiro, meio cúmplice,sabe?Esta não foi a primeira vez que nos vimos, na primeira vez me assustei, quase me borrei, meu coração gelou de tal maneira que senti o frio correndo em minhas veias, ela estava no mesmo lugar de hoje, na janela da funerária. Me perguntei o que ela fazia ali, tarde da noite e sorrindo. Não parei pra saber a resposta, passei por ela e levei aquele susto pra casa comigo, até a esqueci por alguns dias.


Na semana seguinte ela estava lá outra vez, dessa vez os lábios tinham vida , mas o olhar e o cabelo eram os mesmos. Não sei o que acontece comigo, sempre que a vejo sinto um frio , medo. Pode ser por que tenho medo do escuro e sempre me deparo com ela à noite, na esquina da funerária , com a rua deserta . Talvez, né? Mas o fato é que ela me angustia. O que ela faz ali? Porque sempre me olha ? Pra que aquele sorriso medonho? Cruzes!


Tá bom concordo, todo mundo diz que é bobagem sentir medo quando a imaginação da gente prega peças e tal. Mas eu não comprei o ingresso desse espetáculo,enfim,odeio sentir medo, o pior é que minha imaginação sempre me sacanea, aí já viu, medo ataca! Mas não sou o ser mais medroso do mundo, sou apenas sincera com meus receios. Imagine-se andando em uma rua onde tem um cemitério e várias capelas na funerária da esquina, já pensou ter que passar por esses lugares depois da meia noite? Não tem uma alma na rua, a não ser a minha (eu acho) e ela na janela da capela. E aquela coisa lá sorrindo, com o cabelo de guerra e o olhar de sempre. Não dá, juro que não consigo não me assustar, mesmo sabendo que ao virar a esquina ela estará lá me esperando pro susto semanal. Semana que vem, quando tiver que passar por ela, não vou nem olhar pra capela... =X

sábado, 20 de setembro de 2008

A Natureza Que Escreve

" Sou um homem real, que sua, que mente, que disfarça que teme, que inveja e cobiça. Tive e tenho meus momentos de suicida. Não gosto que me conheçam aquém e além de um homem constantemente exposto ao erro e ao crime."

" A humanidade está necessitando , urgentemente, de afeto e milagre. Mas não sabe onde estão as mãos, nem os deuses. E, quando souber, vai achar que as mãos e os deuses são de mentira."

"O grande e verdadeiro amor ao próximo é aquele que ama os erros mostrados e pressupostos. O amor ou é desacanhado,destro, irrefletido... ou suor."

" De que serve viver tantos anos sem amor, se viver é juntar desenganos de amor?"

"Às vezes, me sinto muito só. Sem ontem e sem amanhã. Não adianta que haja pessoas em volta de mim. Mesmo as mais queridas. Só se está só ou acompanhado, dentro de si mesmo. Estou muito só hoje. Duas ou três lembranças que me fizeram companhia, desde segunda-feira, eu já gastei. Não creio que, amanhã, aconteça alguma coisa de melhor."

( Antônio Maria)

Artista multifacetado, A. Maria, foi crônista , produtor de rádio, escritor, caricaturista e compôs sambas e frevos para grandes artistas, como Aracy de Almeida e Nora Ney.

Não conheço ninguém, nem ao menos o Maria, mas não se faz necessário conhecer o dono da arte pra apreciar a beleza da obra. Afinal, os melhores escritores nos levam a convicção de que a natureza que escreve é a mesma que lê, e Maria fazia isso com perfeição. Nos trazia lembranças retratando o cotidiano em suas crônicas.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Qual é o Seu RG?

Outro dia eu observei um casal no trem, eram duas mulheres. Isso me fez lembrar do 1º bbb, onde o ganhador, André Gabé, não escondeu de ninguém a sua opção sexual. Me lembrei de uma determinada situação onde ele falou para outros participantes : “ As pessoas me aceitando ou não, eu me aceitando ou não, essa é a minha identidade, eu sou gay”. Aquelas meninas , assim como o André, viveram ali no trem a identidade delas, sem se importar com olhares reprovadores e ouvidos receptores de má fé. Parabéns pela coragem!
Pessoas costumam julgar pelas aparências,né? Se as garotas estivessem apenas sentadas uma ao lado da outra, ninguém notaria coisa alguma, a identidade ali seria hétero( mesmo que equivocadamente). O povo e sua mania de julgar pelas aparencias, cometemos erros, né?rs
Se uma pessoa tem cabeção : É paraíba
Se um rapaz é educado : É boióla.
As meninas da seleção de futebol : Bando de sapatão
Se vêem um negro correndo : É ladrão.
Homem branco na igreja (pastor) : É ladrão.
Homem negro na igreja (pastor) : É revolucionário.
Uma pessoa que ganha muito bem e não diz a profissão que exerce, os vizinhos dizem: É dono da boca.
Fulano se candidata a algum cargo político : Quer ganhar mole.

(...)E por aí vai. Outra coisa “interessante”, são os recém formados, ou pessoas que estão cursando algo. Geralmente aproveitam qualquer brecha pra revelarem suas identidades profissionais, sempre jogam palavrinhas de minhoca ( iscas), sabem que é só falar um “ai”, que logo terão um “oi” como retorno, pessoas são muito comunicativas. Um “oi” é o suficiente pro “SER”, contar toda a sua vida, ele só estava esperando a oportunidade que acabara de receber, coitado do ouvido receptor.rs

Eu não estou me isentando do exibicionismo , seria burrice tentar tal hipocrisia, pois quando sinto orgulho de mim, quero compartilhar o feito. Quando faço algo legal, claro que quero ouvir elogios, e para tal, preciso revelar o feito. Também não vou dizer que nunca chamei um cabeçudo de paraíba, mesmo sabendo que paraíba é nome de estado brasileiro e não um adjetivo. E quem sou eu pra dizer que nunca senti medo ao ver um ser correndo pelas ruas? Muito menos dizer que nunca xinguei de ladrão aquele branquelo do púpito. Também fico abismada quando um amigo ganha rios de dinheiro de uma hora pra outra, a primeira coisa que passa pela cabeça é isso mesmo, o cara foi corrompido, esta na boca! Quanto a políticos, sempre os acho ladrões..rs

Agora, coisa mais difícil do mundo é saber qual a identidade do internauta. Ô povo mentiroso, sô! Já repararam, na net todo mundo tem graduação, tem bom emprego, não anda a pé e mora bem. Sem dizer que, todos parecem modelos. Todos são inteligentes, só escrevem errado porque está na net e “ali” não é feio, nem mico cometer erros ortográficos. Todos tem condições de viajar pelo Brasil, os já viajaram pelo menos uma vez pra outro país. Ah! Também tem aquelas pessoas super compreensivas, que não ficam chateadas, tem também aquelas de família, que amam os pais, que são bos filhos, dos mais prestativos de todos, enfim.. Cambada de mentirosos! É claro que existem pessoas assim, mas a grande maioria que se apresenta como tal, na verdade é o oposto.

A verdadeira identidade não precisa ser esfregada na cara do perito , pois ele sabe observar o dono do RG.
Respeitemos as diferenças, não nos submetamos as eloqüências!

domingo, 14 de setembro de 2008

Erros Desafinados


Domingo legal? Domingão do Faustão? Dia de missa?
Não, não e não! Domingo, dia 14 de setembro de 2008, dia de família Souza.


Ontem , dia 13,foi aniversário do meu querido pai, Srº Roberto. Saimos cedo pois precisavamos comprar algumas coisas, arrumamos a casa juntos, fizemos almoço e tocamos violão. No fim do dia recebemos alguns amigos e comemoramos o dia 13.


Hoje, meu irmão mais velho, Henrique, veio pra cá com o seu filho Yan. Passamos um dia agradável, família quase completa ( faltou a Cristina e o Miguel). Nos divertimos tentando gravar alguns videos. A merda foi que :

Tentamos gravar um video onde o papito, o Henrique e eu tocamos juntos uma música. Pra variar saiu uma titica, o único que acertou foi o velho, pois o Henrique tocava uma coisa ,e eu mais perdida ainda , tocava outra. Do mais foi , no mínimo, divertido.O Henrique desafinava, eu acelerava e nosso pai olhava com cara feia pra gente..hahaha
Mas cada erro foi salvo para ser lembrado mais tarde, um dia acertaremos .hehe
Errar é natural, né? Ainda mais quando não há ensaios...




Mano véio, amo muito você!


Papito, amo muito Tú!


Família... Vcs já sabem! Blá

sábado, 13 de setembro de 2008

Oco


Desde a semana passada estou meio sei lá. Entende? Bom, nem eu...

Só sei que não estou conseguindo me concentrar em nada, esqueci boa parte do que aprendi nas aulas que tive, não preparei a aula que eu dei de supetão. Irresponsável!

Estou pouco me lixando pro que pensam ou falam de mim, se é que sou lembrada e , talvez, comentada. Estou é ficando fula da vida, por culpa única e exclusiva minha, por eu estar passando por esse transtorno existencial. Sei que não estou ofendida com nada e nem ofendi ninguém, até porque nem me pronunciei sobre nada nem ninguém.

Acho que é o tal do "oco", tá faltando alguma coisa aqui, pra mim, em mim. Mas o que? Se eu soubesse, com certeza já estaria correndo atrás, na frente, ao lado. Mas esse maldito "oco", esse vácuo, esse vazio, deixa a sensação de que falta algum sei lá...

Aiii, que agonia! Nem escrever eu estou conseguindo. Poucas são as palavras quando se está passando pelo momento "Oco".

Apenas o silêncio sem pretensões.
Apenas o vazio sem divagações.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Meu Coração Não É de Papel




"Se você pensa que meu coração é de papel,
Não vá pensando pois não é.
Ele é igualzinho ao seu,
E sofre como eu .
Porque fazer chorar assim a quem lhe ama?


Se você pensa em fazer chorar a quem lhe quer,
A quem só pensa em você.
Um dia sentirá,
Que amar é bom demais .
Não jogue o amor ao léu,
Meu coração que não é de papel...


Porque fazer chorar?
Porque fazer sofrer?
Um coração que só lhe quer...
O amor é lindo eu sei,
E todo eu lhe dei.
Você não quis jogou ao léu,
Meu coração que não é de papel"





Música...
Aaah! Tem coisa melhor? Quem é que nunca se identificou com uma música? Música é tão bom, que até em velório tem. Não precisa identificar-se com toda a letra. As vezes só um trechinho é o suficiente para nos emocionar, nos fazer reviver emoções, nos trazer lembranças.



Está letra, acima, conheci a poucos dias, e se eu soubesse que era do Sérgio Reis, nem teria ouvido a música, mas como me foi apresentada sem nome do santo, apenas dito que era cantada por Luisa Possi, então ouvi. Foi paixão a primeira “ouvida”, tiro no alvo, batata! Amei, não que eu esteja triste ou sofrendo por amor, mas como já passei por tal situação( assim como todos passam), me identifiquei.


E cá pra nós, impossível não lembrar de uma desilusão ouvindo essa música.



Meu coração não é de papel!
Genial essa afirmação. As vezes parece mesmo que fazem do nosso coração um pedaço de papel, onde riscam, amassam, rasgam e por fim jogam fora. Corações são descartáveis, pessoas são descartáveis. Tem tanta gente no mundo, né? Pra que se preocupar com um pedaço de papel se na esquina tem um malote de chamequinho? Sejamos irônicos !



Porque hoje em dia o amor é uma coisa banal? Porque o seu amor não tem o valor que você pensa ter ? Simples, se você diz que ama, você não sabe o que está dizendo, porque o amor perdeu o sentido, ninguém mais sabe o que é amar. Pensam que amar é ter piedade, mas piedade não é amor.” Eu não vou dizer que aaaamo, mas vou ficar com fulano porque fulano gosta muito de mim “



Todo mundo diz que o amor é lindo.É lindo porque? Nem sempre é, pois amar também é renunciar , é saber dizer não a aquilo que seus olhos cobiçam, por respeito ao coração que não é de papel . Amor é maturidade de sentimentos, agrupamento de afetos. Não é beleza estética, é doação sem pretensão.



Prefiro não dizer e nem ter que ouvir “Eu te amo”, à ter que pensar : “ É mentira!”
Dou o que tenho de bom pra dar, não o que não me serve mais ou o que finjo ter pra trocar.



Bah, vou ouvir rock! o/

sábado, 6 de setembro de 2008

Genial




Eu na minha insignificância não seria diferente, fins de semana não me inspiram!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Coisa Estranha



Estou me sentindo esquisita, não na aparência pois já me acostumei com minha esquisitice estética, estranha emocionalmente. Não sou o tipo de mulher que demonstra o que sente , que lembra de datas e pessoas, nem do tipo que se preocupa em agradar o próximo, ou seja, sou egoísta com meus sentimento , posso senti-los , mas não gosto de demonstra-los, sempre fui assim.


Mas essa semana, aconteceu algo estranho...
Sonhei com a Dona Ilda, uma pessoa muito importante ; sonhei que ela me recriminava, que brigava comigo o porque eu nem sei, mas ela proibia seus filhos e netos de falar comigo ( isso no sonho , porque na vida real ela nunca fez isso), no sonho eu chorava , mas não pelo afastamento obrigatório, chorava por que tinha pedido a admiração da dona Ilda, entende? Sentia como se perdesse minha mãe. E no sonho mesmo , ela ao me ver chorar, me abraçou e enxugou as minhas lágrimas. Foi tão carinhosa enquanto eu chorava, me abraçou, me beijou o rosto. Aí eu chorava mais ainda, só que desta vez de felicidade, porque descobri ali que eu era importante e que era amada, apenas não era compreendida ou estava de fato errando em algo.


Sei lá, nesse dia, acordei e me assustei , o meu travesseiro estava todo molhado, não de bába porque eu não durmo com a boca aberta, ele estava coberto de lágrimas assim como o meu rosto. Eu pensei : “ Ih caramba, foi de verdade?”, depois entendi que enquanto chorei no sonho, chorei de verdade e dormindo. Falei isso pra minha mãe e ela disse que isso é impossível, daí mostrei o travesseiro e os olhos vermelhos pra ela, então ouvi : “ Credo, Laine, vai orar!”


Bom, o sonho mexeu comigo, talvez tenha sonhado assim porque tenho escrito sobre a minha infância e a dona Ilda esteve presente em toda ela. E o engraçado foi que chegou uma carta muito importante pra Ester, filha da dona Ilda, e eu que odeio telefones, sentei em frente ao espelho da penteadeira e liguei lá pro ES pra dar o recado, e quem atendeu o tel? Ela mesma, a dona Ilda, perguntei se estava bem, como estavam , falei da gente aqui do RJ e por fim dei o recado.


Quando nos despedimos senti meu coração apertado, então levantei a cabeça e olhei pro espelho; meus olhos estavam lacrimejando e vermelhos, não aguentei deixei a primeira lágrima cair e chorei, chorei, chorei.... observando cada lágrima que escorria apressada pra dar espaço a próxima que caía sobre minha pele molhada. É estranho olhar no espelho e ver o próprio rosto em lágrimas, sem saber o motivo do pranto. Me perguntei : “ Qual o motivo do choro, criança?” a resposta foi automática : “ Não sei!”


Estava sentindo como se tivesse perdido alguém, coisa estranha! Minha mãe me viu chorando e se assustou.: “ Se machucou?; Alguém fez mal a você?; Tá passando mal?”, nenhuma pergunta resumia o que estava acontecendo, então falei pra ela que tinha acabado de ligar pra Dona Ilda e que senti vontade de chorar depois que desliguei, então ela concluiu: “ Você é humana , é natural que sinta saudades!”

Humanamente Contraditório – Merecedor de Oscar


Sei que falar mal de ex pode representar dor de cotovelo, eu mesma já fiz tal comparação aqui, mas não importa, estou incomodada e preciso desabafar, e afinal, esse é o meu cantinho, só vai ler quem quiser e eu não me importo que não haja platéia, pois a minha vida é um carnaval que não merece premiação na apoteose.


Estive solteira por um ano e sete meses, reneguei a vontade de namorar por achar que não encontrara a “pessoa certa” , ou por achar que não aguentaria a barra de um relacionamento limitado por fronteiras ( de vários sentidos), fiquei na minha, meti a cara nos estudos. No começo da solteirice, em 2006, beijei bocas procurando encontrar corações, perca de tempo, não senti nada além de vontade de sumir!


Depois de tanto tempo sem procurar, acabei encontrando . Mas como sempre, o inicio é lindo. Mas nem o inicio foi belo, mas eu resolvi encarar mesmo assim, pois estava me achando muito seletiva e covarde, sempre fugindo e apontando pequenos defeitos. Então, abri meu coração como jamais fiz.


Na 1ª semana de namoro eu já quis terminar. Motivo? O meu “alguém” me fez a gentileza de informar-me que acabara de sair de um relacionamento de 8 anos de duração. Pensei : “Puta que pariu! Não vou querer a sombra do passado alheio nublando os meus dias.”, reclamei por ele não ter me contado isso antes, conversamos e ele foi embora. Depois me ligou e disse que precisava conversar sério comigo, aí pensei : “ Agora acaba!”, mas pra minha surpresa meu coração mingou e doeu por pensar que era o fim. Ele chegou , me pegou pelas mãos, sentou-se diante de mim e começou a falar, dizia que ela ainda o procurava, que ele estava sofrendo, mas porque já estava gostando de mim e ela atormentando ele, ou seja, estava dividido.


Depois de muito bla,bla,bla , ouvi o que não deveria : “ Laine, é com você que eu quero ficar, quero ser feliz com você”, ou seja, estava pensando na felicidade dele e me usando pra esquece-la. E eu? Estava fazendo parecido, afinal, eu estava jogando minhas fixas alí pra aprender a amar de verdade. Só tem uma diferença do meu egoísmo pro dele : Eu estava com o coração vazio esperando que ele cuidasse, já ele não, estava com o coração atormentado esperando que eu curasse.


Continuamos o namoro, então ele decidiu ser o namorado perfeito, falávamos de tudo, saíamos , riamos , cantávamos... Conheci a família dele e ele a minha. Mas houveram outros erros; ele passou a me contar todas as pilantragens e cafagestagens que aprontara com a ex, eu ouvi calada , porém espantada. No mínimo ele queria que eu pensasse “ se ele está me contando isso, é porque não vai fazer o mesmo comigo”, mas eu não penso assim. Sem saber ele estava abrindo os meus olhos e fazendo-me vê-lo como é na hora da raiva, então passei a ficar na retranca.

A ex , segundo ele, passou a ligar pra ele diariamente quando sobe do nosso relacionamento. Dizendo que ainda amava ele e bla,bla,bla, passavam horas durante as madrugadas. E eu? Eu não gostava , claro! Nunca reclamei , dizendo : “ Não quero você conversando com fulana”, não sou infantil a ponto de dizer o que se pode ou não fazer, não delego funções e nem imponho regras. Pelo contrário, fui idiota! Sempre senti ele diferente depois dos telefonemos , que segundo ele partia dela, e eu perguntava : “ Porque você ainda atende os telefonemas se te faz mal, se te deixa assim?” - Resposta : “ Ela é descontrolada, capaz de vir aqui, de ligar pro residencial e acordar a família toda”...ok, ok fui a otária do ano!


Cansei de dar conselhos, de demonstrar que estava me sentindo mal com os telefonemas, não por ela está ligando, mas por ele estar atendendo. Até que um dia, ela me mandou um e-mail falando muito mal dele, do egoísmo dele , da prepotência, de se achar o melhor, de querer ter todos ao seu dispor, disse-me que ele ligava pra ela todos os dias que não aguentava mais, e pra provar que era verdade o que ELA falava, me disse coisas que ouviu dele sobre nós dois, coisas que eu pensava que só EU e ELE sabíamos, fiquei abismada. Terminei com ele, não quis nem conversar, explodi! Pensei: “Vai tomar no cu, não vou ser madura agora, nem vou pensar em ser compreensiva, vá procurar ela, me deixa em paz!”
Detonei ele pelo msn mesmo, não atendi telefonemas então ele disse que iria tomar um banho e enquanto isso eu esfriaria a cabeça , mentira, ele só queria ganhar tempo, saiu de casa do jeito que estava e em menos de 15 minutos estava atrás de mim.

Quando estou com raiva não consigo pronunciar uma palavra, meu poder de observação fica muito aguçado e cada movimento, cada palavra, cada expressão são perceptíveis. Eu havia mandado o e-mail dela pra que ele soubesse o motivo do meu ataque, então já chegou aqui sabendo o qual era o problema, se justificou, e pra variar jogou a culpa nela. Eu não olhava nos seus olhos, ignorava-o e isso o deixava irritado, então pedia que eu olhace pra ele enquanto falava, aí eu falava : “ Quer um olhar meigo, apaixonado, revoltado, decepcionado...qual você quer? Também sei atuar!”. O ser se espantou, e começou a atuar, merecedor de oscar! Ficou tão irritado que começou a elevar o tom de voz, aí eu comecei a falar, cada vez mais baixo, a ponto dele não me ouvir , foi quando eu ouvi um : “ O que?”, como resposta ele teve : “ Viu? Não é necessário falar alto, não estou olhando pra sua cara mas infelizmente estou te ouvindo.”

Sorriu pra mim, pkp sorrisos me desmontam, mas me pus firme. Terminamos a noite brigados, ele foi pra casa e eu fui dormir. Ali estava o segundo fim do mesmo relacionamento, no dia seguinte, eu estava toda arrumada pra ir a um aniversário e ele me chega suado, vestindo social , todo desajeitado, e com um buquê de rosas vermelhas nas mãos , pensei : “ Porra! Até isso ele faz errado, tá cansado de saber que odeio flores.” e logo um segundo pensamento : “ Mas ele está tão bonitinho, a intenção é me agradar, mostrar que se arrependeu... vou fingir que não estou nem aí e ouvi-lo.”

Ouvi tudo o que ele ainda tinha pra dizer, leu um poema escrito por ele, cantou a musica que escolhemos como nossa, eu chorei , ele tremeu mais que vara-pau , suava e o caramba a quatro... Eu não consegui me por firme diante de tamanha determinação em não me perder. Nos beijamos, depois desse dia nunca mais se ouviu falar de ex. Eu mudei, fui mais 'presente', pois ele reclamava que pra mim sempre estava tudo muito bom, tudo muito bem. Então passei a fingir que me importava com algumas coisa, só pra ele se sentir importante e de fato era importante pra mim, passei a ligar mais vezes pra ele .

Foi algo estranho, porque eu sofri a bofetada , e eu mudei pra agrada-lo, injusto, não? Mas mesmo assim, me sentia bem, pois ele estava feliz. Ouvia todas as queixas sobre tudo quanto foi tipo de assunto, acompanhei-o em suas empreitadas, apoiei-o quando todos falaram que ele não passava de um moleque que ainda brincava de jogar futebol, mas via que aquilo animava ele, então ia assistir os jogos porque sabia que era importante pra ele.

Mas e pra mim? Quando ele se doaria pra mim? Quando passaríamos a fazer o que eu gostava, a ouvir o som que me agradava ,a comer o que eu gostava? Não poderia haver trocas? Só doações de minha parte? Cresci pensando que relacionamento fosse feito de trocas, não de troca de namorado, mas de troca de gentilezas de sentimentos, de reconhecimento. Nunca cobrei isso dele, sempre esperei que partice dele, mas nunca aconteceu . E pra confirmar o que a Ex me dizia no e-mail, ele fez a mesma coisa comigo, me ligou e procurou por msn e por fim esteve aqui em casa essa semana, pra buscar duas camisas e um chinelo ( desculpa). A mesma desculpa que usava pra ir até a casa dela. NÃO FODE!

Então fui desanimando e voltando a ser aquela pessoa que não acredita em relacionamentos felizes. E hoje estou só, e não sei se acredito que existe alguém pra mim.
Mas de uma coisa eu tenho certeza : Eu não fui feita pra ele!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A Avenida das Minhas Lembranças IV

* Inversamente Proporcional

No início éramos 12 com diferenças mínimas de idade , eu a mais nova e o JR o mais velho. Só que eram raras as participações do Junior nas nossas brincadeiras, então o cargo de mais velho fica com o Vagner. Aos poucos fui perdendo o título de caçula, pois o Acyr juntou-se ao grupo trazendo consigo o seu irmão do meio, Cláudio e ainda tinha a Patricia (A nossa pequetita- filhos de Cláudia da família Prado, ou seja, todos três sobrinhos de Miriam e a diferença de idade não é grande).


Por um bom tempo ficamos assim, 15 pessoinhas brincando , criando e aprontando. Passados alguns anos nossos pais deixaram a gente ficar no portão, então conhecemos mais crianças, O Demetryus , o Danilo, Diogo ( o trio DDD, o Danilo e Diogo são irmãos), também conhecemos a Danielle , a Taís ( essa já conhecíamos desde pequetita, mas ninguém gostava dela e como éramos da mesma idade, a Taís e eu, os mais velhos mandavam eu cair na porrada com ela, justo, não?kkkk). O grupo não foi crescendo, pois a medida que conhecíamos novos coleguinhas, outros partiam para outras tribos, era a proporção inversa da matemática.


Vanessa , também era outra velha conhecida, porém , quase não brincou conosco na fase “fraldinha” pois ela morava e mora do outro lado da rua e naquela época atravessar ruas era missão de ninjas, só os meninos e eu fazíamos escondidos pelos muros. Vanessa,juntou-se a nossa tribo quando tinha mais ou menos 10 anos antes do trio DDD. Conhecemos , também, a Camila e sua irmã mais velha(não lembro o nome - =X), mais o Wallace e o Wallam (irmãos). Lembram do Valmir do muro a direita? Então, ele foi embora, vieram morar na casa dele uma penca de crianças, o Clayton e o Douglas( que logo se mudaria), por último a família da Fernanda...


Era uma bagunça do caralho, as brincadeiras nessa fase começaram a ser maldosas, e os interesses também . A Miriam e o Vagner já estavam namorando há tempos, por isso nunca brincavam diretamente, eram sempre os “juízes”, algumas das meninas ainda não tinham nem beijado na boca quando resolveram fazer a famosa “festa do beijo”. O que seria a festa do beijo? Está explícito(rs)! Foi uma festa mesmo, com refrigerantes e salgados ( toda inocência da idade e da época), Miriam e Vagner ficaram incumbidos de anotar os nomes em pequenos papéis, na caixinha do vagner os nomes dos meninos, na caixinha da Miriam... A regra era simples, Meninas pegariam nomes com o Vagner e meninos com a Miriam, o nome do Papel era o nome da boca a ser beijada ( hahaha quanta bobeira e inocência). Naquela noite, 26 de junho de 1999, todos deram seus primeiros beijos. Pra mim foi uma vergonha, pois já estava com praticamente 14 anos, faltavam sete dias exatos pro meu aniversário. Enfim...


Depois dessa “libertação”, nasceu a brincadeira “folhinha verde”. Como era essa brincadeira? Simples, os participantes teriam que guardar consigo uma folha verde, oras. Folha verde? É, de verdade, de qualquer planta ou árvore, guardada na cueca, na calcinha, na mochila, no caderno, no bolso, onde quer que fosse, só teria que ter a folhinha verde quando um participante falace : “FOLHINHA VERDEEE!” , se você não tivesse uma, o infeliz que pediu a falha poderia mandar beijar QUALQUER pessoa que estivesse brincando.Ah! Essa brincadeira também era cumulativa. E claro que os meninos nunca lembravam de ter uma folhinha verde , e as meninas sempre esqueciam aonde guardavam as suas quando queriam beijar fulanos. Enfim, uma adolescência inocente até na maneira de beijar. Hoje meninas com 14 anos estão pegando folhinhas verdes, mas não as das árvores, e sim as folhas verdes do cartão de vacinação das crianças que geraram fora do tempo.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Carta Ao Aniversariante



Que dia é hoje? O seu, o meu , o daquele , daquela? De todos e de apenas alguns. Hoje é o dia que comemoro , com você, sem você , por você. Para muitos, hoje não é nada, para poucos, hoje significa tudo, o início, o fim, o recomeço, a lembrança...


Pra você é um presente, para nós és a dádiva. Pra você ganhar presentes, para nós comemorá-la. Para você hoje é um dia que brilha mesmo que esteja nublado, para nós uma data que repete mudando a cada ano a imagem do calendário, repetição amada, adorada , esperada e comemorada, nunca igual,sempre melhor.


Qual é a data? A que nascestes, a que passou mas que é lembrada ano após ano, por seus amigos, seus familiares . No berçário houve festa, no olhar da mamãe escorreram as lágrimas da alegria, no peito do papai a energia que fez estufar o peito. Quanto Orgulho! Pelas casas telefones tocando sem cessar, espalhando a boa nova:” - Nasceu, é uma menina linda! Bendito seja Deus!”. E a pequena menininha, chorava? Sorria? Não sei, mas com certeza respirava o perfume da vida e enchia o pulmão de vontade de ser.


Ela é, é a aniversariante, a dona da data, a dona de sorrisos e olhares encantadores. Dona da voz, dona de uma educação exemplar ,de uma maturidade plausível ,da honestidade notável. É dona da ansiedade que lhe cabe, da paciência e compreensão que muitas vezes podem lhe fazer doer sem ninguém saber .


Festa em dobro? Privilégio de poucos. Hoje seu aniversário, ontem o nosso. Hoje idade, ontem saudades – Hoje você e família , ontem nós amigas. O tempo voa, a gente olha pela janela ,e a brisa do amanhã passa levando o dia de hoje. Mas a vontade de replay faz a gente usar o controle remoto pra assistir novamente aquele velho filme que é a vida real.


Seja sempre essa menina-mulher , seja quem você quiser ser, seja a heroína a bandida , seja a bossa-nova ou sertaneja (kkk...), mas seja sempre você. Com variação de humor, com montanha russa de sentimentos e vontades,mas seja sempre e faça o que te der vontade. Por que aquela menininha que nasceu no dia 02 de setembro é o que você é, pessoa que trouxe a luz refletida nos olhinhos verdes. Parabéns, parabéns por ser você! E obrigada por me deixar ser, ser sua amiga.


Feliz aniversário!

A Avenida das Minhas Lembranças III



* As Brincadeiras


Na pequena avenida era comum ouvir a algazarra das crianças, as meninas brincando de casinha ou qualquer joguinho que estivesse na moda (banco imobiliário , jogo de mímicas da Eliana, jogo de memória da novela infantil- Carrocel- , pega-varetas do Gugu, e por aí vai...), os meninos quando não estavam afim de brincar conosco, estes, brincavam de : Ninja ( amarravam casacos na cabeça e andavam em cima dos telhados e muros da vizinhança com pedaços de bambu nas mãos, era a espada deles..rs), futebol (claro!), capoeira. Essas eram as brincadeiras dos meninos, porém, de todas as meninas , eu era a única que brincava essas brincadeira com eles.


Tinham as brincadeiras coletivas, onde brincavam os meninos e meninas, eram elas : Queimado , pique bandeirinha , corrida de carrinhos , alerta-cor , elefantinho colorido , batatinha frita 1.2.3, pique cola , pique alto, pique esconde , polícia e ladrão,também tinham as brincadeiras aquáticas : volta ao mundo, tubarão, adivinha o que falo , corrida, cronometragem, mortais; Todas as brincadeiras aquáticas eram em uma piscina de 5000 litro que meu pai construiu no terraço, existe até hoje, na época era um sucesso, hoje ela é desprezada e vista como coisa de pobre...(hahahah). Fazer o que ,né? As crianças cresceram!


Também tinham as brincadeiras de “ganhar dinheiro” : Mandrak ( não podia descruzar os dedos – aquele sinal que as crianças fezem atrás das costas quando estão contando mentiras- se descruzace e amiguinho falace “ MADRAK!” , você estaria devendo 0,10 centavos para cada mandrak sofrido, era uma brincadeira acumulativa, durou quase um ano, ou mais, sei lá..), outra era Licença Metadinha ( Se a criança estivesse comendo alguma coisa , teria que chegar falando “ LICENÇA METADINHA”, do contrário, se ela não pedice licença e ouvisse a mesma frase, teria que dividir o lanchinho com quem pronunciasse tal frase. Imagine se todos falacem juntos? Já era lanche. Rsrs).


Eram todas crianças criativas, poucas tinham os brinquedos que a mídia impunham como o sensacional, então a gente criava os nossos brinquedos e brincadeiras. Meu irmão e eu não éramos os mais pobres mas também não éramos os que tinham melhores brinquedos, as crianças da família Prado eram as que não tinham quase nada, as bonecas eram de plástico duro- bolas dentão de leite- carrinhos de plástico duro também,já as da família Bispo (do muro ao lado-esquerdo) eram as sortudas, tinham de tudo, então o que aconteceria? Juntava eu, meu irmão , as crianças Prado para influenciar eles. No intuito de que pedicem os brinquedos que a maioria queria brincar e não tinha como pagar, era em pró do bem coletivo ..( kkkkkk).


Aos poucos fomos crescendo e as brincadeiras desta fase mudaram para:Jogar tazzo, Andar de bicicleta, fazer filmes , Folhinha Verde , salada mista , casinhas nas arvores...
Ai que saudades! Rsrs