Lugares públicos só tem pessoas invisíveis. Só vejo sombras embarçadas, nada concreto, nenhuma feição, talvez seja porque são pessoas desconhecidas.
Quando estou em lugares públicos é assim que eu me sinto, um mero expectador da vida, vejo a esperança pintada em retratos do cotidiano .
Quando saio do trem , na Central do Brasil, não me perco entre as pessoas ( só vejo sombras), nenhuma delas existem para mim!
São pessoas transparentes, simplesmente invisíveis. São como os carros parados no engarrafamento, EU SÓ VEJO O MOTOR!
E eu? Eu sou a sombra do que eu não fui , a promessa do que quero ser. Mas lá na central eu sou apenas mais um. Todos enxergam, mas ninguém me vê.
Eu sou a sombra vista pelo olhar do estranho, porque através de mim ele consegue ver. Mas minhas retinas , também, não enxergam o seu rosto. Mas o "estranho" existe , seja ELE , seja EU , seja VOCÊ!
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